25 de setembro de 2013

O devir universal

O devir universal   


Publicado por: odsson ferreira



O devir universal das coisas era a principal preocupação de Heráclito. Por causa da constatação da universal transformação de tudo, induziu que fosse o fogo o elemento principal. Porquanto se apresenta eminentemente móvel. Afirmando enfaticamente que tudo flui e nada permanece 25. Qualquer fosse o componente básico, a partir dele derivariam todas as coisas, através de uma geral mobilidade. Não insiste Heráclito no mesmo fogo, e concordaria fosse outro este elemento básico, desde que melhor explicasse a hipótese da geral mobilidade.
O mobilismo incorre em várias perguntas, dentre as quais importa começar pela forma desta alteração contínua. Dar-se-ia a alteração mais fundamentalmente na mesma estrutura do elemento em mudança ao modo do hilemorfismo26 (por substituição das determinações)? Ou se daria ao modo do atomismo (por disposição das partes, quer por complexificação, quer por simples condensação e rarefação)?
É difícil de decidir qual fora a precisa maneira de pensar de Heráclito. Ou seguiu inteiramente a Anaximandro, com quem já se assemelha por ter substituído o ápeiron indeterminado, por um elemento semelhante pela mobilidade, o fogo, e então o fogo se transformaria ao modo hilemorfista, pela substituição substancial das formas. Ou seguiu a Anaxímenes, nesta outra parte, referente às mudanças, que o terceiro e último filósofo de Mileto concebia como simples rarefação e condensação das partículas, sem que elas mesmas individualmente se alterassem. A aparência exterior do fogo parece conduzir à interpretação hilemorfista: então Heráclito à mesma maneira como Anaximandro, teria prenunciado o hilemorfismo aristotélico. Uma passagem de Platão sugere exatamente isto:
"Não declarou Heráclito que tudo está em movimento? E que nada permanece parado? Comparando a realidade ao curso de um rio, ele disse: duas vezes no mesmo rio não colocarás teu pé" 27 .
O "tudo flui, ou tudo está em movimento" contém o sentido hilemórfico da mudança da forma. De outra parte, porém, "condensação" e "rarefação", usadas com referência à Heráclito, são tipicamente atomistas, estas expressões não deixam clara a tese do mobilismo, senão pelo contexto.
"Hipaso de Metaponte e Heráclito de Éfeso também admitem um só (princípio) movente e limitado (finito), que seria o fogo. Tudo nasce do fogo por condensação e rarefação, e tudo se resolve no fogo, sendo ele a única natureza substancial. Pois diz Heráclito, tudo se troca por fogo, e fogo por tudo. A ordem do cosmos e sua transformação em tempo limitado obedece a uma necessidade prefixada"28.
"Heráclito suprimiu o repouso e a estabilidade no todo, pois isto é próprio dos mortos. Atribui o movimento a todas as coisas: Eterno às eternas; transitório às transitórias" 29 .
"Não é possível descer duas vezes ao mesmo rio, segundo Heráclito, nem tocar duas vezes uma substância transitória no mesmo estado: por via da impetuosidade e da velocidade da transmutação, aflui e reflui, avança e retrocede, ou melhor, nem de novo, nem mais tarde, mas no mesmo instante, se congrega e se desagrega, se junta e se disjunta" 30 .
Mas que Heráclito também ensinava a geração e a corrupção do cosmo, provam-no estas palavras suas:
"transmutações de fogo: primeiro o mar; e do mar, metade terra e metade turbilhão ígneo, o que significa que é o fogo, mediante o qual o Logos ou Deus rege o todo, que, transmudado em ar, se volve em humor, o qual é, por assim dizer, o sêmen da ordenação cósmica, o que ele denomina: Mar.
Do mar renasce a terra e o que entre a terra e o céu se encontra. Mas de que maneira o cosmo regressa à ordem primordial e como se dá a deflagração 31, isso claramente o exprime assim: (a terra) derrama-se qual mar, a medida da mesma lei que prevalecia antes que este se transmutasse em terra" 32.
Clemente de Alexandria com suas palavras fez a seguinte afirmação: Heráclito de Éfeso, quando ensina que um cosmo é eterno e outro transitório, sabendo ele, todavia, que este (o transitório), no que respeita à organização, não é diverso daquele (o eterno) que possui certa estrutura.
Mas que ele tenha considerado como eterno o cosmo, aquele que consiste de toda a substância, estruturado como quer que seja, isto claramente o revela, dizendo: - Este cosmo, que é o mesmo para todos, nem Deus nem homem algum o fez; sempre foi, é e será um fogo eternamente vivo, que se alumia por medida e por medida se apaga" 33 
http://www.filosofiaclassica.templodeapolo.net

8 de setembro de 2013

FILOSOFIA POLITICA, A PARTIR DO MITO DA CAVERNA DE PLATÃO





Segunda-feira (21/11) dia de nosso Senhor Jesus Cristo, acordei com uma dor de cotovelo medonha, não por mulheres, mas por umas aulas que tive no “Seminário” (Marista) de filosofia. Uma aula muito interessante foi à reflexão do Mito da Caverna de Platão. Na época minha visão era Metafísica e religiosa Cristã. Infelizmente minha visão política não era tão aguçada como agora. Porém aproveito agora para analisar a política e as redes sociais a partir da alegoria da Caverna de Platão, para vermos como esse Mito hoje em dia é tão atual. 
Num breve resumo do Mito para o leitor se situar na discussão: “Imagine uma caverna e dentro dela pessoas que nasceram e cresceram nesse espaço, todos acorrentados e presos do mundo exterior. Na caverna apenas uma fresta por onde passa um feixe de luz. Os seres só vêem a parede da caverna e nela sombras e vozes, pensam que essas sombras advindas do mundo exterior são reais. Um dos homens consegue fugir e ir de encontro com o mundo exterior, em contato com o mundo exterior percebe que tudo que via na parede eram apenas sombras e fantasias. Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá sérios riscos - desde o simples fato de ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras”. Eis o grande dilema de que tenta conscientizar o povo...
Meus escritos nem sempre são compreendidos e muitas vezes ameaçado por represálias, e até perseguido por pessoas que estão no poder e na aceitam críticas. Numa democracia os governantes precisam aceitar às críticas que advém de quem pensa de modo diferente. Já imaginou se todos os seres humanos pensassem de um modo só, o que seria de nós mortais? O belo da democracia é permitir pensamentos múltiplos, alternância no poder e oportunidades iguais para todos, sem nenhum tipo de preconceito. Nem tudo que escrevemos é verdadeiro, mas no meio de tantos escritos, existe uma vontade de acertar e conscientizar a massa para perceberem que existe um mundo exterior sem alienação, palpável aos sentidos.
Quando me defronto com a mídia áudio-visual recordo da Alegoria e vejo tantas pessoas acreditarem que o que vêem na TV é verdadeiro, tantos nos telejornais, novelas, documentários, falas de políticos, programas dos partidos políticos com suas mentiras, anúncios dos governantes tentando enganar o povo. É uma pena que nem todo mundo teve a oportunidade de uma formação filosófica e a própria escola não prioriza essa disciplina, por isso tantos cegos em nossa sociedade, pensando que o mundo é feito por sombras.
Os políticos são os mais mentirosos, apresentam para o povo apenas sombras e muitas acreditam que o mundo real é esse propagado por políticos que enganam o povo em benefício próprio. Sobem no palanque e discursam com uma oratória que se dilui na primeira brisa, vejo a platéia como os prisioneiros da caverna que pensam que tudo que eles falam é verdade.  
De modo geral a sociedade capitalista é uma grande enganação. A sociedade é um grande telão onde é apresentado ao público aquilo que interessa aos grandes grupos econômicos que não tão nem aí para povo, natureza, esperança, futuro... O que vale é o lucro imediatista.
As redes sociais com a propagação da internet é a grande ilusão. No fundo as pessoas gostam de ilusão, porque o sofrimento é menor, nem todos nasceram para encararem a realidade nua e crua. Como dizem os mais velhos (sábios), é preciso sangue no olho para encarar a vida. De todos os seguimentos da sociedade não existe um tão maléfico como as redes sociais, sem menosprezar o lado bom das redes, mas existe muita mentira por trás dessas redes que fazem de tudo para enrolar o povo.
O Mito da Caverna foi uma alusão ao Filosofo Sócrates que tentou conscientizar a juventude de seu tempo e foi morto, acusado de corromper a juventude. Hoje tantos mártires tentam lutar por uma sociedade mais justa e acabam mortos pelos que detém o poder político e econômico, mas a luta continua, só abandona a luta os covardes e os interesseiros.

Blog do Professor Wellington Pinto: FILOSOFIA POLITICA, A PARTIR DO MITO DA CAVERNA DE...

Blog do Professor Wellington Pinto: FILOSOFIA POLITICA, A PARTIR DO MITO DA CAVERNA DE...: Segunda-feira (21/11) dia de nosso Senhor Jesus Cristo, acordei com uma dor de cotovelo medonha, não por mulheres, mas por umas aulas que ...